No dia 21 de dezembro de 1907, na relação que foi obrigada a fazer por escrito ao seu diretor espiritual, viu ela um padre no purgatório. Estava revestido de ornamentos sacerdotais e com um cálice todo em fogo. As mãos pareciam roídas e apareciam até os ossos. Ulceras por todo o corpo e torturas horríveis. A vista deste tormento, madame Brault gemeu: “Ó meu bem Amado, meu Jesus, quero sofrer por esta alma; por que não me dais a graça de sofrer mais para alivia-la? Depois vi Jesus se aproximar do padre e derramar sobre aquelas chagas seu precioso Sangue. As chagas se cicatrizaram e as cadeias do pobre sacerdote caíram. Depois meu Jesus me disse que libertaria aquela alma pelas minhas orações. A face do padre ficou limpa das ulceras, uma bela estola rocha lhe adornava o pescoço e os paramentos me pareceram mais brilhantes e belas. Jesus me disse que libertaria a alma do sacerdote”.
No dia de Finados de 1908, foi ao cemitério rezar pelos mortos e viu, madame Brault, muitos mortos que lhe apareciam saindo das sepulturas em queixas doridas de cortar o coração: Estamos esquecidos de nossos parentes! Não rezam por nós! Nossos amigos nos esqueceram, nos abandonaram!!!
Fez ela uma Via Sacra pelos defuntos e se retirou muito amargurada, pelo esquecimento dos pobres mortos.
“Compreendo, dizia ela ao confessor, o martírio das pobres almas nas chamas do purgatório!” Viu um padre conhecido, no purgatório que lhe disse: “Eu sofro muito, por ter rezado tantas vezes meu breviário quase sem pensar que falava com Deus e por rotina e também pela minha pouca preparação e ação de graças muito rápida depois da santa Missa”.
Enfim, seria longo narrar as impressionantes visões do purgatório de madame Brault, a grande mística de nossos dias. A biografia desta mulher extraordinária foi publicada pelo P. Lous Bauher, S.S., antigo pároco da vidente. É a obra “Une mystique canadienne – Vie extraordinaire de Madame Brault » – Edition Beauchemin, 1941.
Fonte: O Manuscrito do Purgatório – Mons. Ascânio Brandão
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Infelizmente, essas coisas já não são mais contadas nas homilias, que bem isso não faria às almas!