1. O fogo que vemos na terra foi feito pela bondade de Deus para nossa comodidade e nosso bem-estar. Ás vezes é usado como tormento, e é mais terrível do que possamos imaginar.
2. O fogo do Purgatório, pelo contrário, foi criado pela justiça de Deus para punir e purificar-nos, e é, consequentemente, incomparavelmente mais severo.
3. Nosso fogo, no máximo, arde até consumir nosso corpo, que é matéria. Pelo contrário, o fogo do Purgatório atua sobre a alma espiritual, a qual é inexplicavelmente mais sensível à pena.
4. Quanto mais intenso é o fogo, mais rapidamente destrói a sua vítima; a qual, consequentemente, cessa de sofrer; por quanto o fogo do Purgatório inflige o mais agudo e a mais violenta pena, porém nunca mata a alma, nem tira a sensibilidade.
5. Tão severo como é o fogo do Purgatório, é a pena da separação de Deus, pela qual a alma também sofre no Purgatório, e esta é a pena mais dura. A alma separada do corpo deseja com toda intensidade de sua natureza espiritual estar com Deus. É consumida de intenso desejo de voar até Ele. No entanto, está retida, e não há palavras para descrever a angústia dessa aspiração insatisfeita.
Que loucura, então é, para um ser inteligente como o ser humano, negar qualquer precaução para evitar tão espantoso fato.
É infantil dizer que não pode ser assim, que não podemos entender, que é melhor não pensar ou não falar dele, etc. O fato é que, creiamos ou não, todas as penas do Purgatório estão muito além do que possamos imaginar ou conceber. Estas são as palavras de Santo Agostinho.
Fonte: Léeme ou Laméntalo, por Padre Paul O’Sullivan (opúsculo sobre as almas do Purgatório).
Veja também: 1ª Aula: O que é o Purgatório?