Penas do Purgatório
A revelação que nos fala claramente da existência de um Purgatório não se explica tão claramente sobre o estado em que se acham as almas que precisam de purificar-se; não podemos, portanto, saber com exatidão nem onde elas sofrem, nem o que sofrem, nem de que modo sofrem.
Só podemos afirmar que as penas do Purgatório são extremamente graves e de duas espécies: a primeira, a mais insuportável, diz o Concílio de Florença, é a privação de Deus.
A necessidade de ver e possuir a Deus, que a alma, desprendida do corpo, compreende ser o objeto único de sua felicidade: essa necessidade se faz sentir a todas as nossas faculdades com uma força extraordinária.
É uma sede ardente, é uma fome devoradora, é um vazio medonho, uma espécie de asfixia produzida pela ausência de Deus, que é o alimento e o ar de nossa alma.
A segunda é uma dor que põe a alma em torturas mais cruéis do que as que os tiranos infligiam aos mártires.
A Igreja não definiu a natureza desta dor, mas permite ensinar-se geralmente que há no Purgatório, como no inferno, um fogo misterioso que envolve as almas sem consumi-las; e, diz La Luzerne, conquanto não seja um artigo de fé, todas as autoridades dão tanto peso à doutrina de um fogo expiatório que seria temeridade desprezá-la.
Causas do Purgatório
São duas as causas do Purgatório:
1.a A falta de satisfação suficiente pelos pecados remetidos. É de fé que Deus, perdoando os pecados cometidos depois do batismo e a pena eterna devida a esses pecados quando são mortais, deixa ordinariamente ao pecador já reconciliado a dívida de uma certa pena temporal que ele há de solver nesta vida ou na outra.
2.a Os pecados veniais de que os justos podem estar maculados quando partem deste mundo.
Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
livro de 1943
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)