Se muito importa conhecer a glória da Sepultura de Nosso Senhor, conforme acabamos de tratar, de maior alcance para o povo cristão é saber os nobres triunfos que Ele alcançou , com a derrota do demônio, e com a tomada dos infernos.
Neste artigo do Credo, manifestamos nossa crença no fato de que após a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Alma desceu aos infernos e lá ficou todo o tempo que seu corpo esteve no sepulcro. Esse fato não é de estranhar a ninguém, uma vez que Jesus possuía as duas naturezas, sendo homem verdadeiro, passou por todas as etapas da vida humana, não obstante a separação entre alma e corpo havida no momento da morte.
Por “inferno”, entende-se os ocultos receptáculos onde são detidas as almas que não conseguiram a bem-aventurança do céu. São eles o inferno propriamente dito, onde a alma dos condenados são atormentadas na eternidade, o Purgatório, lugar de purificação, e o Limbo, onde estavam em suave desfrute as almas aguardando pela ditosa esperança do resgate, no seio de Abrahão. Já nas Sagradas Escrituras a expressão é utilizada nos Atos dos apóstolos 2,24, quando se diz sobre a atestação de São Pedro que “Cristo Nosso Senhor ressuscitou, depois de vencer as dores do inferno”.
Depois que Jesus rendeu seu espírito no Alto da cruz, após os terríveis padecimentos a que foi submetido, repousando por três dias no sepulcro, por seu próprio poder, Sua Alma uniu-se novamente ao corpo. Desse modo, Aquele que por três dias estivera morto, tornou à vida gloriosamente para nunca mais morrer.
Mistério fundamental da fé católica. “Se Cristo não ressuscitou, de nada vale pois nossa pregação, e para nada adianta vossa fé, pois ainda estais em vossos pecados” nos diz o apóstolo São Paulo (ICor. 15, 14-17).