Crer ou não crer, eis a questão!

photo credit: sweenpole2001 via photopin cc
photo credit: sweenpole2001 via photopin cc

Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 26 de janeiro a 01 de fevereiro/2015 | Ano 9 – Nº 665.

Marcos Antonio Fiorito *

“De onde venho, quem sou e para onde vou…” Eis a pergunta que inquieta o ser humano desde a sua origem. O problema da existência do ser e sua natureza ocupou as mentes dos antigos pensadores gregos e, até hoje, “assombra” o homem contemporâneo.

Já na antiguidade, os filósofos concluíram que tudo quanto existe à nossa volta é contingente, meras criaturas que só existem graças a um Ser necessário – o Ser por excelência. Sendo ainda mais categórico, e contrariando o politeísmo pagão, Aristóteles também afirmou a existência de um ser supremo: Deus, causa de todas as causas.

Com a ascensão do cristianismo, Deus foi devidamente posto no centro, e a ponto de dividir a História em dois períodos: antes da vinda de Cristo, depois de Sua vinda.

Porém séculos se passaram e o ateísmo surgiu com relativa força no século XIX. Filósofos modernos passaram a defender a eternidade do universo e a desnecessidade de Deus. Nietzsche, em seu trabalho “A Gaia Ciência”, vociferou contra os crentes, pretendendo matar Deus: “Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!”.

Hoje, dois séculos depois, temos que o avanço do ateísmo virou uma espécie de moda entre muitos. A contar de 1960, o Brasil perdeu 28% de fiéis católicos. E o número de ateus cresceu consideravelmente. Falamos aqui daqueles que declaram oficialmente não acreditar em Deus. Há, porém, um número imensamente superior, que é dos ateus práticos; estes, embora digam acreditar em Deus, vivem como se ele não existisse.

Confiáveis ou não, o noticiário traz até prognósticos surpreendentes. Segundo alguns órgãos de notícias, dentro de algumas décadas a maioria da população no mundo será de ateus.

Interessante notar que, segundo a doutrina cristã, fora uma experiência particular, mística e sobrenatural da presença divina, como teve Abraão, Moisés e inúmeros justos, há 3 formas de se provar a existência de Deus: pela razão, pelo sentimento e pela consciência.

Malebranche e Bergson, embora não fossem ateus, afirmaram que a existência de Deus não era demonstrável pela razão. Já a Igreja, no Concílio Vaticano I, definiu que: … “Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, mediante os seres criados. Porque desde a criação do mundo, a inteligência humana conhece as suas perfeições invisíveis por meio dos seres que Ele criou” (Rom I. 20).

Recentemente o Papa Francisco, usando de uma expressão muito feliz, afirmou que todo fiel, de alguma forma, tem dentro de si uma “zona de incredulidade”. E é a mais pura verdade: em todo crente dorme um ateu. Da mesma forma que dentro de todo ateu dorme um crente.

Somerset Maughan, escritor inglês do início do século passado, abandonou a crença cristã para se tornar um entusiasta do ateísmo. Apesar de gabar-se de ter se convencido da inexistência de Deus, não se sentia confortável com a ideia de que o Inferno poderia existir: “… em algum profundo recesso de minha alma, ainda permaneceu o velho temor do fogo do inferno”.

E esta é a grande insegurança dos descrentes: “Deus não existe, mas…, se existir, significa que o Inferno também existe. Então, nesse caso, para onde iremos nós?”.

* O autor é teólogo e redator católico

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)

Comentar!

Veja também: Será o fim do mundo?

0 pensou em “Crer ou não crer, eis a questão!

  1. Caro Marcos, tenho sido leitor nessas últimas semanas e, tocado pelas mensagens maravilhosas aqui postadas, venho recomendando o seu blog a familiares, amigos e conhecidos, como se prescreve um remédio a um enfermo ou um suplemento para uma vida mais saudável a um homem são. O seu texto sobre a crença em Deus é maravilhoso. Mas ficaram algumas dúvidas: das três formas para crer em Deus (razão, sentimento e consciência), qual seria a diferença entre a razão e a consciência? Não estaria no mesmo plano de cognição? E o sentimento, não citado no texto, como nos levaria a crer em Deus? Grato pelas suas palavras sábias. Forte abraço, Ricardo Tenório.

Deixe uma resposta

SOBRE AS ALMAS DO PURGATÓRIO

Esta obra foi traduzida por nós da Confraria das Almas do Purgatório com o intuito de divulgar ao máximo este livro e, assim, fazer chegar ao maior número de pessoas possível a forma como podem ajudar eficazmente as Santas Almas e a si próprias.

LIVRO RECOMENDADO!

Sabia que o seu casamento na Igreja Católica, mediante algumas condições, pode ser considerado nulo e você pode vir a se casar novamente na Igreja? Veja todas as respostas adquirindo esse livro.
Sabia que o seu casamento na Igreja Católica, mediante algumas condições, pode ser considerado nulo e você pode vir a se casar novamente na Igreja? Veja todas as respostas adquirindo esse livro.

REVISÃO DE TCC – Clique e acesse o site

CRIAÇÃO DE SITES

Categorias

Assinar Blog por Email

Digite seu endereço de email para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por email.

Posts recentes

Meta

Rolar para o topo

CAMPANHA PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO!!!

LIVRO IMPRESSIONANTE SOBRE O PURGATÓRIO

AGORA TRADUZIDO PARA O PORTUGUÊS

Na compra do livro, você estará colaborando com a
oferta de Mil Missas pelas Santa Almas! Saiba mais!