Cidade do Vaticano, 22 abr 2014 (RV) – Nesses dias em que continua a ressoar na Igreja o anúncio da ressurreição, propomos uma reflexão sobre Cristo como Homem Novo.
Todos aqueles que encontram Jesus, ficam impressionados: Nele, há algo de inesperado. Quem tem um coração aberto, vê em Jesus um homem extraordinário; e mesmo os incrédulos não ficam indiferentes a Ele.
Toda a vida de Jesus o revela como o homem novo, rico da força do Espírito: a sua atenção especial ao sofrimento humano, a pobreza da sua vida, o seu amor pelos pobres, pelos doentes e os pecadores; a sua luta contra a falsidade.
A verdadeira novidade de Jesus resplandece na sua ressurreição. Aos olhos comovidos dos discípulos, Jesus ressuscitado aparece como o homem novo, que não pode ser derrotado nem mesmo pela morte e pelo ódio dos homens.
Jesus ressuscitado doa o seu Espírito aos discípulos, abre o coração à fé, à esperança e à caridade, para que vivam como criaturas novas.
Assim afirmava o Apóstolo Paulo: “Vós vos desvestistes do homem velho com as suas práticas e vos revestistes do novo, que se renova para o conhecimento segundo a imagem do seu Criador. Cristo é tudo em todos.”
Como seguidores de Cristo, devemos agir como Ele, e nos revestir de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, caridade, perdoando-nos uns aos outros.
Na Gaudium et Spes, lemos que na mesma revelação do mistério do Pai e do seu amor, Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem, fazendo-lhe descobrir a sua mais sublime vocação.
Ao seguirmos Jesus, fazemos a escolha de viver como Filho de Deus, ou seja, no amor; o homem que, diante do mal do mundo, escolhe o caminho da humildade e da responsabilidade, não prefere salvar-se a si mesmo, mas oferecer a própria vida pela verdade e pela justiça. “Ser cristão significa viver assim, mas este gênero de vida comporta um renascimento: renascer do alto, de Deus, da Graça”, já dizia Bento XVI.
Falamos de Jesus Cristo como Homem Novo porque Ele é o ponto de partida para a nova humanidade. Ele nos inspira para atuar em nós aquela “conversão” de mentalidade e de atitudes em nosso cotidiano – e com esta conversão, que seu reflexo possa iluminar e reformar as estruturas econômicas, sociais e políticas, ao serviço de uma mais justa e pacífica convivência, como nos pede com insistência o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.
Na Semana em que aguardamos a canonização de dois papas e a missa de ação de graças por Anchieta, temos aí três exemplos de “homens novos”.
João XXIII, a quem devemos a atualização da Igreja que ainda estamos realizando. João Paulo II, que levou avante seu ideal de humanidade, não obstante a fragilidade de sua saúde. E S. José de Anchieta, que soube transmitir o Evangelho sem se apegar a estruturas, mas somente a Jesus Cristo.
Novo não é o que não envelhece, mas o que é sempre atual. E por isso a Igreja sempre diz: Vinde, Espírito Santo, e renovai todas as coisas. (BF)
Rádio Vaticano
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