Sempre estamos obrigado a amar e ajudar o outro, porém, quanto maior é a necessidade de nosso próximo, maior e mais estrita é nossa obrigação. Não é um favor que podemos fazer ou não, é nosso dever; devemos ajudar-nos uns aos outros.
Seria um monstruoso crime, por exemplo, recusar a um carente o alimento necessário para manter-se vivo. Seria espantoso recusar a ajuda a alguém em uma grande necessidade, passar de largo e não estender a mão para salvar a um homem que se está afundando. Não somente devemos ajudar quando é fácil e conveniente, senão que devemos fazer qualquer sacrifício para socorrer a nosso irmão em dificuldades.
Pois bem, quem pode estar mais necessitado de caridade do que as almas do Purgatório? Que fome, ou sede, ou sofrimento nesta terra pode comparar-se com os mais terríveis sofrimentos delas? Nem o pobre, ou enfermo, ou sofredor que vemos ao nosso redor necessitam de tão urgente socorro.
Ainda encontramos gente de bom coração que se interessa pelos sofredores desta vida, porém escassamente encontramos gente que trabalha pelas almas do Purgatório!
E quem pode necessitar mais de nós? Entre eles, além do mais, podem estar nossas mães, nossos pais, amigos e entes queridos…
Deus deseja que as ajudemos
Elas são as nossas amigas mais queridas. Deus deseja ajudá-las; deseja tê-las próximas de Si no Céu. Elas nunca mais o ofenderão, e estão destinadas a estar com Ele por toda a eternidade. É verdade que a justiça de Deus pede expiação pelos pecados, porém por uma assombrosa generosidade de Sua Providência, põe em nossas mãos a possibilidade de assisti-las, nos dá o poder de aliviá-las e ainda de libertá-las. Nada agrada mais a Deus do que ajudá-las. Ele sente-Se tão grato como se o fizéssemos a Ele próprio.
Nossa Senhora quer que os ajudemos
Nunca, nunca uma mãe desta terra amou tão ternamente a seus filhos falecidos, nunca, ninguém consola como Maria busca consolar seus filhos sofredores no Purgatório e tê-los com Ela no Céu. Damos-lhe grande alegria cada vez que obtemos a libertação de uma alma do Purgatório.
Fonte: Léeme ou Laméntalo, por Padre Paul O’Sullivan (opúsculo sobre as almas do Purgatório).
Veja também: 6ª Aula – Por que rezar pelas almas do Purgatório?
0 pensou em “Curso sobre o Purgatório: 7ª Aula – Estamos moralmente obrigados a rogar pelas almas benditas”
Esse artigo está maravilhoso!
Caríssimo Marcos,
O seu texto desta vez traz algo não apenas surpreendentemente novo para quem, como eu, vem de uma tradição católica e não tinha conhecimento sobre o tema, mas também encerra uma preciosidade. Transmite-nos a urgência por orações das almas do purgatório. O modo como está didaticamente exposto o caráter para ontem dos nossos socorros, com uma analogia muito particular às necessidade mais essenciais da vida, como comer e beber, é de uma simplicidade e ao mesmo tempo de uma exatidão impactantes. Realmente, depois da leitura fica um sentimento de urgência para com aquelas almas. Mas um urgente diferente do terreno: quando se ajuda um faminto com um pedaço de pão, com isso tenta-se evitar complicações maiores e até a morte por debilidade extrema do corpo. Já com as almas, a ajuda não vai para evitar distúrbios físicos iminentes, mas para livrar dos inomináveis sofrimentos já existentes no purgatório. Ou seja, é uma urgência muito peculiar e requer uma compreensão igualmente singular. Acostumados estamos a uma urgência física e terrena, e é novidade para muitos a o fato de haver uma urgência da alma, ainda superior àquela dos vivos. Enfim, essas foram as conclusões a que cheguei. Não sei se alcancei plenamente a mensagem do texto, por muito altaneira que se apresentou para mim.
Parabéns amigo, uma vez mais! E obrigado por palavras tão abençoadas!
Ricardo.
Caríssimo Dr. Ricardo,
Paz e bem!
Sem dúvida alguma, apanhaste com perfeição o conteúdo do texto. Muito similar é o comentário de Santo Afonso de Ligório, quando explica que temos obrigação de rezar pelas almas em função do mandamento de Cristo: amar ao próximo como a nós mesmos.
No fundo, quem ama sinceramente ao próximo, ama verdadeiramente a Deus.
Fico feliz que tenhas gostado do texto, mas transfiro os elogios ao autor do livro. Ele, como comentaste, tem a capacidade de escrever de forma simples, clara e didática.
Aí está, já sabemos o quanto as almas necessitam de nossas orações “para ontem”!
Grande abraço!
Marcos A. Fiorito