Outra grande graça que obtemos por orar pelas almas é um Purgatório curto e moderado ou a sua completa remissão!
São João Macias, sacerdote dominicano, tinha uma maravilhosa devoção às Almas do Purgatório. Pelas suas orações, conseguiu (principalmente pela recitação do Santo Rosário) a libertação de um milhão e quatrocentas mil almas!
Em retribuição, obteve para si mesmo as mais abundantes e extraordinárias graças. Essas almas vieram consolá-lo em seu leito de morte e o acompanharam até o Céu.
Este fato é tão certo que foi inserido pela Igreja na bula que decretava a sua beatificação.
O Cardeal Barônio recorda um evento semelhante: Foi chamado para assistir a um moribundo. De repente, um exército de espíritos benditos apareceram no leito de morte, consolaram ao moribundo e dissiparam os demônios que gemiam, numa desesperada tentativa de obter sua ruína. Quando o cardeal lhes perguntou quem eram, responderam-lhe que eram oito mil almas que esse homem havia libertado do Purgatório graças às suas orações e boas obras.
Foram enviadas por Deus, segundo explicaram, para levá-lo ao Céu sem passar um só momento no Purgatório.
Santa Gertrudes foi ferozmente tentada pelo demônio quando estava por morrer. O espírito demoníaco nos reserva uma perigosa e sutil tentação para nossos minutos finais. Como não pôde encontrar um modo suficientemente inteligente para tentar essa Santa, pensou em molestar sua abençoada paz, sugerindo-lhe que ia passar um enorme tempo no Purgatório, posto que havia desperdiçado suas próprias indulgências e sufrágios em favor de outras almas.
Porém Nosso Senhor, não contente de enviar seus Anjos e milhares de almas que ela havia libertado, foi em pessoa afastar Satanás e confortar a sua querida Santa. Ele lhe disse que em troca do que ela havia feito pelas Almas Benditas, a levaria direto ao Céu e multiplicaria centenas de vezes todos os seus méritos.
O Beato Henrique Suso, da Ordem Dominicana, fez um pacto com outro irmão da ordem pelo qual, quando o primeiro deles viesse a morrer, o sobrevivente ofereceria duas Missas cada semana pelo falecido, e também outras orações. Sucedeu que seu companheiro morreu primeiro e o Beato Henrique começou, Imediatamente, a oferecer-lhe as prometidas Missas. Continuou dizendo-as por um longo tempo. Ao final, suficientemente seguro que seu amigo havia morrido santamente e alcançado o Céu, cessou de oferecer-lhe Missas.
Grande foi o seu arrependimento e consternação quando o irmão morto apareceu frente a ele, sofrendo intensamente e reclamando-lhe por não haver celebrado as Missas prometidas. O Beato Henrique respondeu-lhe com grande arrependimento que não havia continuado com as Missas, pois acreditava que seu amigo, seguramente, estaria desfrutando da visão beatífica, embora, acrescentou, sempre se recordava dele em suas orações.
— “Ó irmão Henrique, por favor, dai-me as Missas, pois é do Preciosíssimo Sangue de Jesus o que eu mais necessito” — chorava a alma sofrida.
O Beato recomeçou a oferecer-lhe, e com redobrado fervor, Missas e rogos por seu amigo, até que teve a absoluta certeza de sua libertação. Logo foi sua vez de receber graças e bênçãos de toda classe, por parte de seu querido irmão libertado, e muito mais vezes que houvera esperado.
Fonte: Léeme ou Laméntalo, por Padre Paul O’Sullivan (opúsculo sobre as almas do Purgatório).
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