Dizem todos Doutores que muitos purgam em lugares particulares, por especial privilégio, e ali têm as mesmas penas e tormentos que teriam estando no lugar comum do purgatório. Muitas almas se manifestaram aos vivos nessa condição.
Lemos nas crônicas de nossa seráfica religião, que um religioso, cada noite que entrava no coro à meia-noite para o ofício das matinas, era o primeiro a chegar e via um outro religioso que ficava em uma cadeira do coro, como se estivesse vivo. E como lhe visse muitas vezes, teve vontade de falar lhe. Certa noite, levantando-se um pouco antes da meia-noite, foi ao coro e, encontrando lá o referido religioso, dirigiu lhe a palavra:
— “Padre, da parte de Deus, peço lhe que me digas quem és e por que ai estás; diga me também se te posso ajudar em algo”. — O frade se voltou para ele como uma chama viva e lhe disse:
— “Não te espantes porque sou fulano, que vivi neste convento. E me colocava habitualmente nesta cadeira para rezar o ofício com os religiosos; e porque não me inclinava ao Gloria Patri, et Filio et Spiritui Sancto, nem fazia a reverência que ao Padre ao Filho e ao Espírito Santo se deve, diante de cujo acatamento os Serafins mais elevados inclinam suas cabeças; por particular privilégio, Deus me concedeu que, estando nesta cadeira, onde não Lhe fiz a reverência que, como criatura, lhe devia, [a ela voltasse para fazê-la devidamente]. Roga por [mim] a Deus e faça que se ofereça o Santo Sacrifício do Altar por mim, que Deus me livrará desta pena e tormento em que estou”.
O religioso fez tal qual lhe pedira o pobre monge. Depois, voltando ao coro outras vezes, não o viu mais.
Fonte: Tratado do Purgatório Contra Lutero e outros hereges – Autor: Frei Dimas Serpi Calaritano, da Ordem de São Francisco, Observante, P. de la Província de Sardenha e Comissário Apostólico. Cap. XVI
2 pensou em “É possível uma alma purgar suas penas fora do Purgatório propriamente dito”
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Marcos