À felicidade essencial do Céu que brota da visão imediata de Deus, acrescenta-se uma felicidade acidental procedente do natural conhecimento e amor de bens criados (sent. comum). (…)
Segundo doutrina da escolástica, há três tipos de bem-aventurados que, além da felicidade essencial (corona aurea), recebem uma recompensa especial (auréola) pelas vitórias conseguidas. Tais são: os que são virgens, por sua vitória sobre a carne, segundo diz o Apoc 14, 4; os mártires, por sua vitória sobre o mundo, conforme Mt 5, 11; os doutores da fé, por sua vitória sobre o diabo, pai da mentira, segundo Dan 12, 3, e Mt 5, 19. Conforme ensina Santo Tomás, a essência da “auréola” consiste no gozo pelos feitos realizados por cada um na luta contra os inimigos da salvação (Supp., 96, I). A propósito do termo “aurea (sc. coroa)”, ver Apoc 4, 4; e sobre a expressão “auréola”, ver Ex 24, 25.
LUDWIG OTT, Manual de Teologia Dogmática
Herder, Barcelona, 1966 – p. 701
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