Geração de adúlteros e ladrões

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Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 6 a 12 de outubro/2014 | Ano 8 – Nº 651.

Marcos Antonio Fiorito *

Nos idos dos anos 80, ouvi algumas vezes de um eminente orador católico a afirmação de que o Divino Mestre teria se queixado dos homens de seu tempo usando da seguinte expressão: “geração de adúlteros e ladrões”. Ele dizia isso de forma eloquente, e sendo muito inteligente e versado em assuntos de religião, nunca havia me ocorrido que ele pudesse estar enganado.

Um belo dia, tive a necessidade de procurar tal passagem nas Sagradas Escrituras; precisava do trecho na sua íntegra, e eis que, para minha surpresa, Cristo nunca havia dito tal coisa…

Mas como bem sabemos, isso não quer dizer que Ele não tenha condenado tais desvios. Pelo contrário, nos Evangelhos temos episódios em que Ele, direta ou indiretamente, reprova o adultério e a apropriação indébita. Por exemplo, Ele revela à samaritana que foi tirar água do poço de Jacó conhecer sua vida adúltera (Jo 4,5-29). E a despeito do divórcio, também fala sobre a infidelidade conjugal na ocasião em que é posto à prova pelos fariseus (Mc 10,10-11).

Na circunstância em que expulsou os vendilhões do Templo, Cristo os acusou de terem feito da casa do Senhor um “covil de ladrões” (Mt 21, 12-13).

Porém deixando de lado o fato de a expressão não ser escriturística, estamos numa época em que se pode dizer perfeitamente que nossa geração contempla um número excessivo de adúlteros e ladrões.

No que diz respeito ao adultério, estatísticas dão conta que os índices sobem a cada ano. Em 2010, uma pesquisa revelou que 56,4% das mulheres e 70,6% dos homens confessaram terem, pelo menos uma vez, traído seus parceiros.

(http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/pesquisa-revela-que-brasileiros-sao-campeoes-de-infidelidade-disfuncao-sexual-2940842)

Quanto à ladroagem, a gente nem sabe o que dizer… Mas há algo de muito oportuno a ser refletido por nós. Estamos em época de eleição e é comum ouvir jargões como: “essa política está podre, os políticos só pensam em roubar”, “Fulano quer se eleger para roubar”, etc. No entanto, quem ouve acusações dessas, pode, à primeira vista, julgar que desvios de verba só existem entre os mandatários da República e os representantes da nação. Em verdade, o problema é muito mais grave e generalizado, pois atinge todas as classes e todos os escalões.

Invariavelmente ouve-se empresários queixando-se de funcionários que furtaram inescrupulosamente quantias de dinheiro de seus negócios. Em caso recente, num município vizinho de Maceió, empregados de um estabelecimento comercial utilizaram-se de um esquema fraudulento por onde desviaram, em apenas alguns meses, mais de cem mil reais da empresa.

Diz o ditado que a ocasião faz o ladrão, e é nessas ocasiões que conhecemos o valor das pessoas. Ser pobre ou rico, ser classe baixa, média ou alta não conta, o que vale, sim, é o caráter e a honestidade; onde pesa muito a formação familiar, os bons exemplos dos pais.

Santo Agostinho, já em sua época, ouvia fiéis queixarem-se da má conduta de alguns sacerdotes. Sua resposta foi clara e categórica: “Se existem boas ovelhas haverá também bons pastores, pois dentre as boas ovelhas saem os bons pastores”. Ou seja, para que tenhamos políticos honestos, é preciso que trilhemos os ensinamentos de Cristo, pois é do meio do povo que saem os representantes da nação.

* O autor é teólogo e redator católico

Advertência:

Como autor, quero esclarecer que depois que escrevi o artigo, finalmente encontrei a expressão de Nosso Senhor no Evangelho, no entanto, ela é um pouco diferente, mas está claro que o equívoco nasceu dela: “geração perversa e infiel” (Mt 16, 4).

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)

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