Ensina-nos a Igreja que devemos estar purificados dos nossos pecados para estar na presença de Deus. No céu, nada de impuro entrará. (Ap 21,27)
O que se passa então com almas daqueles que vivendo a fé católica na sua integralidade, porém com seus pequenos desvios, seus pecados veniais e pecados não devidamente penitenciados chega ao fim da vida?
Essas falhas impedem que estejamos diante de Deus, gozando sua presença no céu, até que se pague toda a dívida contraída pelo pecado.
É de se supor, pela lógica e pela fé, que Deus não abandonaria seus filhos que, fiéis à fé do seu batismo e surpreendidos pela morte imprevista sem a devida penitência, fossem destinados ao lugar de purificação, para pagarem sua dívida tão grande que é o pecado.
‘Reconcilia-te com o teu adversário… enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário de entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de modo nenhum, sairás dali, enquanto não pagares até o último ceitil’ (Mt 5, 25-26).
A infinita misericórdia de Deus nos permite fazer a seguinte pergunta: Para onde iria a alma daquele que não foi suficientemente santo para ir para o céu, porém não foi tão pecadora para ser destinada ao inferno?
O Purgatório é a prova da bondade, da misericórdia e sobretudo da justiça de Deus, e é por essa razão que devemos ter o propósito de rezar frequentemente pelas almas daqueles que estão se purificando para enfim, contemplar Deus face a face.
As nossas orações confortam os sofrimentos daquelas almas, que não podem nada fazer por si mesmas, mas podem interceder por nós, como já bem definiu o Concílio de Trento, ao tratar do Purgatório.