Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 01 a 07 de fevereiro/2016 | Ano 10 – Nº 714.
Marcos Antonio Fiorito *
Dias atrás, recebi do meu estimado amigo, Dr. João Tenório Cavalcante, um texto que me conduziu a inúmeras reflexões. Tratava-se das últimas palavras do fundador da Apple, Steve Jobs, no seu leito de morte. Embora, como bom católico e teólogo, esteja acostumado a assuntos escatológicos, penso que a morte sempre irá nos trazer desconforto. Afinal de contas, trata-se do futuro, daquilo que irá fatalmente acontecer um dia a todo mortal. É só uma questão de tempo…
Convencido do bem que o texto poderá fazer a todos os leitores que acompanham os nossos artigos, achei por bem reproduzir aqui as derradeiras ponderações de um homem que, entre nós, foi e sempre será considerado um gênio da tecnologia de ponta; mas que, lamentavelmente, não pôde evitar um câncer devastador e, consequentemente, sua partida para a eternidade. Eis suas palavras:
“Eu alcancei o auge do sucesso no mundo dos negócios. Aos olhos dos outros, a minha vida é um epítome (símbolo) do sucesso. No entanto, tirando o trabalho, eu tenho pouca alegria. No final das contas, a riqueza é só mais um fato da vida a que estou acostumado.
“Neste momento, deitado na cama, enfermo e recordando toda a minha vida. Percebo que todo o reconhecimento e riqueza pelos quais tive tanto orgulho em alcançar, fracassaram e perderam seu sentido em face da morte iminente.
“Na escuridão, vejo as luzes verdes das máquinas de sustentação da vida e ouço os sons mecânicos zumbindo… Eu posso sentir o sopro de Deus e da morte se aproximando…
“Agora sei que quando acumulamos riqueza suficiente para durar toda nossa vida, devemos perseguir outros assuntos que não estão relacionados com a riqueza. Deve ser algo de maior importância: talvez relacionamentos, quiçá algo sobre arte, talvez um sonho de juventude…
“Para não deixar de perseguir a riqueza (já sendo muito rico), só mesmo convertendo alguém em um ser retorcido, como eu. Deus nos deu os sentidos para que sintamos o amor no coração de todos, e não as ilusões provocadas pela riqueza.
“A riqueza que ganhei em minha vida não posso levá-la comigo. O que posso, sim, é carregar as lembranças trazidas pelo amor. Essa é a verdadeira riqueza que irá nos seguir, e que nos acompanhará, dar-nos-á força e luz para seguir adiante.
“O amor pode viajar milhares de milhas. A vida não tem limite… Vá para onde queira ir e alcance a altura que deseje alcançar. Tudo está em seu coração e em suas mãos.
“Qual é a cama mais cara do mundo? – ‘A cama do enfermo’… Você pode contratar alguém para dirigir o seu carro, ganhar dinheiro para você, entretanto, não poderá ter alguém para suportar a doença por você.
As coisas materiais perdidas podem ser encontradas. Mas há uma coisa que nunca poderá ser encontrada quando se perde: – ‘a Vida’.
“Quando uma pessoa vai para a sala de cirurgia, ela se dá conta que existe um livro que é preciso terminar de ler: – ‘O Livro da Vida Saudável’. “Seja qual for a fase da vida em que estejamos agora, com o tempo, iremos enfrentar o dia em que a cortina vem abaixo.
“O Maior Tesouro é o amor para com a sua família, o amor para com o seu cônjuge, o amor por seus amigos… Cuide-se bem. Estime os outros.”
* O autor é teólogo e redator católico
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)
Veja também: A segunda vinda de Jesus