São João Nepomuceno era confessor da rainha Joana, mulher de Venceslau, rei da Boêmia. Este, por causa de injustas suspeitas motivadas pelo ciúme, pretendia que João referisse as culpas da rainha, ouvidas em confissão. Como o Santo se opôs com inabalável resistência, o rei impiedoso mandou que o trancassem numa prisão, onde seria tratado com barbaridade extrema. Finalmente, chamando-o à sua presença, depois de novas promessas e ameaças ainda mais terríveis, ordenou que o costurassem num saco de couro, fechado por uma corda, na extremidade da qual deviam amarrar uma pedra pesadíssima, e que o jogassem ao rio Moldávia. Queria que lá em baixo, no fundo do rio o padre morresse e apodrecesse, escondido de todos.
Mas ó prodígio!… Naquela mesma noite o saco flutuava levemente sobre as ondas, escoltado por uma luz vivíssima e uma harmonia suave como vozes de anjos acompanhavam-o. Depois de tirado das águas, enterraram-no com pompa e solenidade. E quando, em 1729, quase quatrocentos anos mais tarde, foi proclamado santo, a sua língua estava intacta, e fresquíssima, como se fosse um prêmio do seu silêncio.
Foi então que São João Nepomuceno foi chamado “o mártir do segredo da confissão”.
Fonte: Livro “Confessai-vos Bem”, Pe. Luiz Chiavarino – 4ª Edição – Edições Paulinas 20 de dezembro de 1939.
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