Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 20 a 26 de julho/2015 | Ano 9 – Nº 689.
Marcos Antonio Fiorito *
Há poucos dias encerrou-se em Turim a exposição pública do Santo Sudário, lençol que, segundo a tradição católica, envolveu o corpo de Cristo após a sua morte. Em Maceió, dia 18 do mês corrente, deu-se início à exposição internacional “Quem é o Homem do Sudário”, com data de término para o dia 30 de agosto.
A relíquia concentra em si uma série de mistérios e fenômenos, o que tem provocado no meio científico, há décadas, uma acalorada polêmica entre radicais defensores e ousados críticos da autenticidade do tecido. Em 1988, por exemplo, os estudiosos Michael Tite, Edward Hall e Robert Hedges afirmaram terem submetido o Sudário ao teste Carbono 14 e obtido como resultado uma data entre 1260 – 1390. A revelação dividiu a opinião pública e provocou críticas de especialistas do mundo inteiro, a tal ponto que, na época, o Papa João Paulo II recebeu um dossiê volumoso, assinado por cientistas de fama mundial, contestando o valor do resultado.
A bem da verdade, havia inúmeros motivos que provavam ser impossível submeter o Santo Sudário ao teste Carbono 14. E um dos mais gritantes era o tamanho necessário para o teste: algo em torno de um sexto do tecido, sendo que a amostra retirada foi de 1cm x 7cm, dividido em três partes… O próprio criador do teste Carbono 14, Dr. Willard Libby, afirmou ser impraticável usá-lo para datar o Sudário de Turim.
Porém o que muita gente não sabe é que o que mais impressiona não é número de provas contrárias ao Sudário, mas sim o número a favor, algo verdadeiramente impactante. Por ocasião do 4º Centenário da transladação do Santo Sudário para Turim, em 1978, formou-se o STURP (sigla em inglês do Projeto de Estudos do Sudário de Turim), constituído por 40 cientistas voluntários, e de renome. Para seus estudos, utilizaram-se dos mais modernos equipamentos da NASA. Vale salientar que a maioria deles, quando aceitou o trabalho, o fez por acreditar que iriam provar a inautenticidade do lençol. Depois de dedicarem 150.000 horas de pesquisas, todos estavam assombrados com o resultado. Sobretudo com o fenômeno dos fenômenos, algo até hoje sem explicação, a obtenção da imagem tridimensional da figura de Cristo morto através do aparelho VP8.
Entre as inúmeras descobertas, a STURP chegou à conclusão de que a imagem do Homem do Sudário não é pintura, pois não há corantes nem qualquer tipo de tinta. Afirmaram com todas as letras que não há qualquer espécie de fraude.
Evidentemente a pergunta que não quer calar é: Então, como foi formada a imagem de Cristo? A tese mais plausível é de que a figura do Homem do Sudário tenha se formado por irradiação. A luz emitida do corpo divino de Cristo Ressuscitado imprimiu, por efeito fotográfico, a imagem sublime de Jesus no lençol que o cobria no Sepulcro. Fenômeno verdadeiramente admirável!
Num mundo onde tantas vezes nos deparamos com situações por onde tentam chocar a ciência contra a religião, temos aí uma irônica realidade: se você não tem fé para crer na autenticidade do Sudário, então ouça o que diz uma considerável parcela dos cientistas, porque, para eles, o Sudário é definitivamente autêntico…
* O autor é teólogo e redator católico
(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)
Veja também: O mistério em torno do pecado dos anjos (II)